sexta-feira, 19 de abril de 2024

O DIA EM ISRAEL TAMBÉM PASSOU A SENTIR MEDO

A represália do Irã foi calculada e calibrada com cuidado para evitar uma escalada da guerra – algo que Teerã não quer. Seu objetivo não era infligir danos graves, mas ultrapassar um limiar e deixar um recado. Isso foi alcançado

Jean-Pierre Perrin, no Mediapart | Tradução: Glauco Faria, a partir de versão em castelhano, por Pablo Stefanoni, no Nueva Sociedad |# Publicado em português do Brasil

O ataque iraniano procura enviar uma mensagem a Israel sem gerar uma escalada, e é tanto para consumo interno como para os seus aliados regionais. No entanto, as ações militares, destinadas a “vingar” o ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, ultrapassam um limiar: da guerra por procuração a um ataque direto de Estado a Estado.

Com a Operação Honest Promise, Teerã executou a sua vingança. O próprio líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, reconheceu isso abertamente. Nos minutos que se seguiram ao início do ataque iraniano contra Israel, na noite de sábado, ele repetiu em sua conta na plataforma X a ameaça que havia feito alguns dias antes: “O regime maligno será punido”. Mas esta foi uma vingança cuidadosamente calibrada, estrategicamente calculada para evitar uma verdadeira escalada regional, e não destinada a infligir danos graves ao Estado israelense.

Para Teerã, o objetivo era mostrar a Israel que não aceitará mais ver os seus altos funcionários serem eliminados um após outro na Síria e no Líbano. E também mostrar aos seus aliados regionais, cansados ​​de receber duros golpes sem uma resposta iraniana, que tem capacidade para atingir o seu inimigo e fazê-lo com uma operação em grande escala. Foi também uma mensagem para a população iraniana.

O fato é que um limite foi ultrapassado. Pela primeira vez na sua história, a República Islâmica do Irã, ao lançar várias centenas de drones e mísseis, realizou um ataque direto, massivo, de Estado para Estado, contra Israel.

“Você obteve uma vitória. Aproveite a vitória”

– Israel terá de incorporar no seu cálculo estratégico o facto do Irão de hoje não ser o mesmo Irão de há duas décadas. Fica a esperança de o conselho de Biden a Netanyahu prevalecer.

Major-General Carlos Branco [*]

Disse o presidente Joe Biden ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no rescaldo da operação militar iraniana em território israelita, em 13-14 de abril, procurando dissuadir Israel de retaliar. Afinal Israel intercetou 99% dos drones e mísseis lançados pelo Irão. Simultaneamente, Biden foi dizendo a Netanyahu que os EUA não apoiarão uma resposta israelita a Teerão.

Telavive tem procurado insistentemente envolver os EUA numa derradeira campanha militar contra o Irão. O ataque à soberania iraniana através da ação militar contra as instalações diplomáticas de Teerão em Damasco tinha esse objetivo. Telavive sabia que estava a pisar uma linha vermelha intolerável à luz do direito internacional para qualquer Estado; sabia o que estava a fazer. Foi uma ação deliberada, esperando que uma resposta iraniana demolidora viesse colocar os EUA a seu lado num ataque massivo ao Irão. Parece que os planos de Telavive não se irão concretizar.

A resposta militar iraniana foi calibrada tendo o Irão informado previamente os EUA e os Estados vizinhos da região da realização da operação, com cerca de 72 horas de antecedência, procurando assim obviar baixas civis. O Irão pretendia atacar os alvos militares que considerava terem estado envolvidos no ataque israelita de 1 de abril, em Damasco: as bases aéreas de Nevatim e de Ramon, ambas no sul do país, e os radares e meios de defesa aérea israelita nos montes Golã, o que conseguiu com sucesso.

Os danos provocados a Israel foram considerados pelo New York Times “relativamente limitados”. A comunicação social israelita manifestou-se no mesmo sentido, pairando no ar o desincentivo a uma retaliação. Baixas civis volumosas dariam a Israel um excelente pretexto para retaliar. Não foi o caso. Telavive não foi encostada à parede como foi Teerão com o ataque do dia 1 de abril. A resposta iraniana não pisou linhas vermelhas. Washington ajudou Telavive a deter o ataque iraniano, mas parece que não a ajudará a atacar o Irão. A concretizar-se, essa falta de apoio representará uma derrota para Netanyahu.

Voto EUA foi único contra projeto de resolução de ingresso pleno da Palestina na ONU

PALESTINA LIVRE E INDEPENDENTE, PROJETO NA ONU

Autoridade palestiniana criticou veto norte-americano

Os Estados Unidos utilizaram esta quinta-feira o seu poder de veto numa votação no Conselho de Segurança sobre o pedido da Palestina para ingressar na ONU como um Estado de pleno direito, uma possibilidade rejeitada por Israel.

O projeto de resolução apresentado pela Argélia, que recomendava à Assembleia-Geral "que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas", obteve 12 votos a favor, um contra e duas abstenções.

A Autoridade Palestiniana criticou o veto dos Estados Unidos, considerando que é uma "agressão flagrante" que empurra o Médio Oriente para a "beira do abismo".

"Esta política americana agressiva para a Palestina, seu povo e seus direitos legítimos representa uma agressão flagrante ao direito internacional e uma incitação para que continue a guerra genocida contra nosso povo [...] que levam à região ainda mais para a beira do abismo", declarou o gabinete do presidente Mahmud Abbas em comunicado.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

China lidera o caminho – Pequim apoia a adesão plena da Palestina à ONU

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Os palestinos são atualmente um Estado observador não-membro, um reconhecimento de facto da condição de Estado que foi concedido pela Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, em 2012.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, expressou o apoio do seu país à candidatura da Palestina à adesão plena às Nações Unidas.

O Conselho de Segurança da ONU deverá votar na sexta-feira um projeto de resolução que recomenda que a Palestina se torne membro de pleno direito da ONU.

Numa conferência de imprensa na quinta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lian Jian, transmitiu que o Ministro tinha dito que “a China apoia o Conselho de Segurança da ONU na realização de discussões o mais rapidamente possível e na aceitação da Palestina como um Estado membro de pleno direito da ONU”.

Jian respondia a uma pergunta sobre se havia alguma discussão específica sobre a “situação no Médio Oriente” e apoio à candidatura da Palestina à ONU durante a reunião de Wang Yi com o presidente indonésio Joko Widodo.

CRIANÇA VÍTIMA MORTAL DO GENOCÍDIO POR ISRAEL VENCE WORLD PRESS PHOTO

A imagem "comovente" de uma mulher abraçada à sobrinha morta em Gaza vence World Press Photo

Segundo o júri, a imagem de Mohammed Salem, tirada em Gaza, é "um argumento incrivelmente poderoso a favor da paz”.

Uma imagem de uma mulher palestiniana a abraçar a sobrinha, morta num ataque israelita em Gaza, ganhou esta quinta-feira o prémio World Press Photo of the Year de 2024.

A fotografia, tirada por Mohammed Salem, da agência de notícias Reuters, mostra Inas Abu Maamar a embalar o corpo de Saly, de cinco anos, que foi morta com a mãe e a irmã quando um míssil atingiu a casa da família em Khan Younis, em outubro.

Mohammed Salem estava no hospital Nasser de Khan Younis em 17 de outubro quando viu Maamar, 36 anos, a chorar e a segurar com força o corpo embrulhado da sobrinha na morgue do hospital.

A foto foi tirada 10 dias após o início do conflito, quando militantes do Hamas em Gaza realizaram um ataque sem precedentes contra Israel.

“Foi um momento poderoso e triste e senti que a imagem resume o sentido mais amplo do que estava a acontecer na Faixa de Gaza”, disse Salem, segundo o World Press Photo.

“É uma imagem realmente comovente”, considerou Fiona Shields, presidente do júri. “Depois de a ver fica gravada na sua mente”, disse. "Funciona como uma espécie de mensagem literal e metafórica sobre o horror e a futilidade do conflito", acrescentou, defendendo que se trata de "um argumento incrivelmente poderoso a favor da paz”.

Lee-Ann Olwage, da África do Sul, ao serviço da GEO, ganhou o prémio de História do Ano com um retrato íntimo de uma família do Madagáscar que cuida de um parente idoso que sofre de demência.

“Esta história aborda uma questão de saúde universal através das lentes da família e dos cuidados”, disseram os juízes. “A seleção de imagens é composta com carinho e ternura, lembrando aos espectadores o amor e a proximidade necessários em tempos de guerra e agressão em todo o mundo”, acrescentaram.

O venezuelano Alejandro Cegarra ganhou o Prémio de Projeto de Longo Prazo com suas vívidas imagens monocromáticas de migrantes e requerentes de asilo a tentar cruzar a fronteira sul do México. A trabalhar para o The New York Times/Bloomberg, a própria experiência de Cegarra como migrante "proporcionou uma perspectiva sensível centrada no ser humano que se centra na agência e na resiliência dos migrantes".

No Formato Aberto, a ucraniana Julia Kochetova venceu com o seu site, que “reúne o fotojornalismo com o estilo de documentário pessoal de um diário para mostrar ao mundo como é viver com a guerra como uma realidade quotidiana”.

As fotos premiadas foram selecionadas entre 61.062 inscrições de 3.851 fotógrafos de 130 países. As fotos estão em exposição em Amsterdão até 14 de julho. Depois farão uma digressão internacional, passando por Portugal entre 29 de julho e 18 de agosto, em Portimão.

Diário de Notícias | AFP | Imagem: EPA, Mohammed Salem 

Guterres defende "fim da ocupação" israelita e "independência total" da Palestina

"Israel e a Palestina a viver lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados", é o que defende o líder das Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu esta quinta-feira o "fim da ocupação" e o "estabelecimento de um Estado Palestiniano totalmente independente", frisando que a comunidade internacional tem a "responsabilidade e a obrigação moral de ajudar" nesse sentido.

Num debate de nível ministerial do Conselho de Seguranças das Nações Unidas (ONU) sobre a situação no Médio Oriente e a poucas horas de ser votada a adesão plena da Palestina à ONU, Guterres voltou a defender uma solução de dois Estados, com "Israel e a Palestina a viver lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados", com base em resoluções da própria organização, no direito internacional e em acordos anteriores.

De acordo com Guterres, esta é a pré-condição essencial para acalmar as tensões em toda a região e fora dela.

O Conselho de Segurança da ONU vota hoje um projeto de resolução da autoria da Argélia que recomenda a admissão do Estado da Palestina como membro pleno da ONU.

Contudo, os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança com direito de veto, opõem-se à iniciativa pelo reconhecimento unilateral da Palestina e deverão votar contra, impossibilitando a aprovação.

TSF | Lusa | Imagem: AFP

ZELENSKY CRITICA POLÍTICOS DOS EUA À MEDIDA QUE A AJUDA MILITAR DIMINUI

Lucas Leiroz* | South Front | Traduzido em português do Brasil

Aparentemente, as tensões entre o governo ucraniano e os EUA estão a aumentar. Num discurso recente, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, criticou severamente os políticos e decisores americanos, acusando-os de não se preocuparem com a Ucrânia. O caso mostra claramente como o regime de Kiev está profundamente insatisfeito com o recente declínio da ajuda militar ocidental.

Numa  entrevista recente  a jornalistas ucranianos, Zelensky criticou o atraso dos legisladores americanos em encontrar um acordo sobre o apoio militar a Kiev. Atualmente, os parlamentares norte-americanos preparam-se para votar um controverso pacote de assistência militar ao regime neonazista, que está gerando muita polarização e discussões nos EUA.

Os legisladores evitaram votar a medida durante meses, dizendo que Washington deve ter outras prioridades estratégicas. Os republicanos acreditam que, em vez de gastar dinheiro na Ucrânia, o governo deveria aumentar as suas ações para combater a imigração ilegal e apoiar Israel no Médio Oriente. Zelensky está impaciente com estas conversações nos EUA, uma vez que o impasse político mina o apoio ao regime.

A demora dos legisladores em encontrar um acordo, segundo Zelensky, é uma prova de que o apoio dos EUA à Ucrânia na guerra não é sincero, sendo apenas parte de um jogo político – no qual a Ucrânia parece cada vez menos interessante para os americanos.

“Isto é pura política e é uma vergonha para o mundo e uma vergonha para a democracia, (…) Ninguém se importa com quantas pessoas morrem na Ucrânia todos os dias. Eles só se preocupam com seus índices de aprovação”, disse ele.

FORÇAS DE KIEV LANÇAM MAIS UM ATAQUE À CENTRAL NUCLEAR DE ZAPORIZHZHIA

South Front | # Traduzido em português do Brasil

As forças de Kiev lançaram novamente um drone no centro de treinamento da Usina Nuclear de Zaporizhzhia (NPP), mas o ataque falhou, anunciou a instalação em 18 de abril.

“O exército ucraniano atacou novamente o centro de treinamento único da central nuclear de Zaporizhzhia. O drone ucraniano foi neutralizado sobre o telhado do Edifício G do centro de treinamento da central nuclear de Zaporizhzhia, que abriga o único simulador de sala de reator em escala real do mundo. Ninguém ficou ferido em consequência do ataque. Também não houve danos”, afirmou a instalação em comunicado publicado em seu canal Telegram.

A central nuclear de Zaporizhzhia também alertou que as forças de Kiev têm atacado a central e a cidade vizinha de Energodar nas últimas duas semanas.

“Eles têm como alvo tanto a central nuclear como as suas instalações de infraestrutura, criando assim uma ameaça à segurança nuclear. Os ataques ucranianos são uma violação direta dos sete princípios de segurança nuclear e dos cinco princípios de segurança da central nuclear de Zaporozhye estabelecidos pela AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica] no Conselho de Segurança da ONU”, lê-se na declaração.

Os militares russos assumiram o controle da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior instalação desse tipo na Europa, logo nos primeiros dias da operação militar especial na Ucrânia, que começou em 2022. Depois que Zaporizhzhia votou a favor de se tornar uma região russa em setembro de naquele ano, a propriedade da NPP passou para a Rosatom.

As forças de Kiev têm lançado ataques regulares contra a instalação nuclear, normalmente utilizando drones. Além disso, as forças também tentaram tomar a fábrica mais de uma vez.

A AIEA recusou-se até agora a culpar a Ucrânia pelos repetidos ataques à central. No entanto, esta situação parece estar a mudar.

No início desta semana, Rafael Grossi, chefe da AIEA, negou as alegações do regime de Kiev de que armas pesadas russas foram instaladas perto da central nuclear de Zaporizhzhia. Segundo ele, Moscou não está violando os padrões internacionais de proteção de instalações nucleares, já que não existem armas ilegais no entorno da usina.

Ler/Ver em South Front:

“Vou atirar em todos eles”: soldados ucranianos ameaçam desaparecer se não forem desmobilizados

As defesas aéreas russas frustraram o ataque ucraniano com mísseis, foguetes, drones e balões (vídeos)

Macron continua desacreditando a França ao cometer erros após erros na política externa

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A este ritmo, já não há qualquer hipótese credível de a França reviver as suas tradições de política externa independente, depois dos cinco grandes erros de política externa que Macron cometeu apenas nos últimos dois anos. Ele causou tantos danos à reputação do seu país que será impossível reparar enquanto ele permanecer no poder.

A intercepção pela França de mísseis iranianos sobre a Jordânia no início deste mês é o mais recente erro de Macron que desacredita ainda mais o seu país na frente da política externa. Em 2018, o líder francês reivindicou o mérito por ter evitado a queda do Líbano na guerra civil no ano anterior, depois da sua intervenção diplomática ter ajudado a resolver a crise que surgiu com a escandalosa demissão do ex-primeiro-ministro Hariri enquanto estava na Arábia Saudita. Foi nessa altura, no final de 2017, que Macron também começou a falar sobre a construção de um Exército Europeu .

Estas medidas fizeram muitos pensar que a França estava a tentar reviver as suas tradições de política externa independente, cuja percepção foi credenciada por Macron ao dizer ao The Economist no final de 2019 que a OTAN tinha sofrido morte cerebral. Mais tarde, a América vingou-se da França, roubando um acordo multibilionário de submarinos nucleares com a Austrália, dois anos depois, a fim de criar o AUKUS. As visões divergentes de política externa entre estes dois ao longo dos cinco anos de 2017-2021 tornaram-se claramente uma tendência.

Isso começou a mudar depois que a guerra por procuração entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia eclodiu, meio ano depois, no início de 2022, no entanto, uma vez que a França imediatamente aderiu ao movimento americano, sancionando a Rússia e armando a Ucrânia. Esse foi o primeiro grande erro de política externa de Macron, uma vez que desacreditou a percepção que ele trabalhou para construir a partir de 2017, de que a França reviveria as suas tradições independentes de política externa sob a sua liderança.

13 LORDES BRITÂNICOS LIGADOS AO COMÉRCIO DE ARMAS DE ISRAEL

Mais de uma dúzia de membros não eleitos da Câmara Alta britânica trabalham ou lucram com empresas de armas ligadas a Israel.

John Mcevoy* | Declassified UK | # Traduzido em português do Brasil

Sete pares trabalham para empresas de armas envolvidas no comércio de armas de Israel, enquanto outros seis detêm ações em empresas que fornecem as forças armadas israelitas, concluiu a nossa investigação na Câmara dos Lordes.

O valor destas participações individuais será provavelmente superior a £100.000 cada, e certamente terá aumentado desde 7 de Outubro.

Entre os pares estão dois ex-ministros da Defesa, um ex-secretário de gabinete e dois chefes reformados das forças armadas do Reino Unido.

A nossa revelação levanta preocupações sobre a forma como os parlamentares britânicos estão a beneficiar financeiramente do sofrimento em Gaza, com activistas a acusá-los de “lucrar com o genocídio”.

A Campanha Contra o Comércio de Armas manifestou preocupação com a forma como estes legisladores não eleitos poderiam usar a sua influência em Westminster para promover os interesses dos fabricantes de armas.

'Obstrução Ativa' - Comissão da ONU acusa Israel de impedir investigação de 7 de outubro

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Enfrentamos não apenas uma falta de cooperação, mas também uma obstrução activa aos nossos esforços para receber provas de testemunhas e vítimas israelitas”.

Membros de uma comissão das Nações Unidas disseram na terça-feira que Israel estava impedindo a sua investigação sobre potenciais violações dos direitos humanos em 7 de outubro e durante a subsequente guerra israelense em Gaza, informou a agência de notícias Reuters .

No entanto, apesar de enfrentar obstáculos, a comissão ainda partilhou provas substanciais com o Tribunal Penal Internacional (TPI).

“Enfrentamos não apenas uma falta de cooperação, mas também uma obstrução activa aos nossos esforços para receber provas de testemunhas e vítimas israelitas”, afirmou Chris Sidoti, um dos três membros da comissão, num briefing em Genebra.

Criada em 2021 para investigar violações dos direitos humanos em Israel e nos territórios palestinianos, a comissão foi acusada de parcialidade por Israel, que se recusou a cooperar com o que considera um “órgão anti-israelita e anti-semita”.

Palestina | OS MEMBROS AMPUTADOS DAS CRIANÇAS

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com.au | # Traduzido em português do Brasil

“Quero minhas pernas de volta”, gritou a garota em árabe.
“Eu quero minhas pernas de volta.”

Você não pode ter as pernas para trás, garotinha.
Eles foram comidos por uma máquina faminta
que precisa deles como combustível para alimentar suas engrenagens.

A máquina precisa de suas pernas para manter o céu chovendo bombas
e fazer seus robôs mortais voarem.
Suas pernas impulsionam as escavadeiras que cavam valas comuns
e os tanques que abrem buracos nos hospitais.

Um reino glorioso é mantido unido
pelos membros amputados das crianças.
Um castelo em forma de pentágono é construído com ossos
de membros amputados de crianças.
Lobisomens de Wall Street e bancários comem
membros amputados de crianças.
As estrelas de cinema tratam as rugas com cremes
feitos com membros amputados de crianças.
As famílias suburbanas sustentam os seus sorrisos
com membros amputados de crianças.
O jornalista mente e em seus olhos
você vê membros amputados de crianças.
O homem do pódio sorri e entre os dentes
estão membros amputados de crianças.

E a garotinha chora,
e o jornalista a ignora,
e o homem do pódio sorri para ela,
e o garoto do banco a morde,
e a máquina continua rolando,
membros alimentados em sua fornalha com forcados,
esmagando casas e escurecendo o céu,
envenenando os oceanos e ensanguentando a terra,
enquanto o ar se enche de choro de crianças,
por membros que nunca mais voltarão,
por lares que nunca mais voltarão,
por mães que nunca mais voltarão,
por infâncias que nunca mais voltarão,
por brilho que nunca mais voltará,
pela inocência que nunca mais voltará,
pelos sonhos que nunca mais voltarão,
pela alegria que nunca mais voltará.

E nós estamos aqui,
comendo carboidratos com queijo e assistindo piadas engraçadas
e fofocando e tagarelando e desejando estar melhor
e tentando não pensar em todos os braços e pernas minúsculos
que vemos cobrindo a terra
sempre que saímos.

* O trabalho de Caitlin Johnstone é totalmente compatível com o leitor, então se você gostou deste artigo, considere compartilhá-lo, seguindo-a no FacebookTwitterSoundcloudYouTube, ou jogar algum dinheiro em seu pote de gorjetas KofiPatreon or Paypal. Se você quiser ler mais você pode compre os livros dela. A melhor maneira de garantir que você verá o que ela publica é se inscrever na lista de discussão em seu site or na subpilha, que receberá uma notificação por e-mail sobre tudo o que ela publicar. Para obter mais informações sobre quem ela é, sua posição e o que está tentando fazer com sua plataforma, clique aqui. Todos os trabalhos são de coautoria com seu marido americano Tim Foley.

* Este artigo é de CaitlinJohnstone.com.au e republicado com permissão.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O genocídio de Gaza como política explícita: Michael Hudson cita todos os nomes

Israel, Gaza e Cisjordânia devem ser vistos como uma abertura da Nova Guerra Fria.

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Naquele que pode ser considerado o podcast mais crucial de 2024 até agora, o professor Michael Hudson – autor de obras seminais como Super-Imperialismo e o recente The Collapse of Antiquity , entre outros – estabelece clinicamente os antecedentes essenciais para compreender o impensável: um genocídio do século XXI transmitido ao vivo 24 horas por dia, 7 dias por semana, para todo o planeta.

Em uma troca de e-mails, o professor Hudson detalhou que agora está essencialmente “derramando o feijão” sobre como, “50 anos atrás, quando trabalhei no Instituto Hudson com Herman Kahn [o modelo para o Dr. Strangelove de Stanley Kubrick], os membros israelenses do Mossad estavam sendo treinados, incluindo Uzi Arad. Fiz duas viagens internacionais com ele e ele me contou praticamente o que aconteceu hoje. Ele se tornou chefe do Mossad e agora é conselheiro de Netanhayu.”

O Prof. Hudson mostra como “o plano básico de Gaza é como Kahn concebeu a divisão da Guerra do Vietname em sectores, com canais cortando cada aldeia, como os israelitas estão a fazer aos palestinianos. Também já na altura, Kahn apontou o Baluchistão como a área para fomentar a perturbação no Irão e no resto da região.”

Não é por acaso que o Baluchistão tem sido território de jóias da CIA durante décadas, e recentemente com o incentivo adicional da interrupção, por qualquer meio necessário, do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC) – um nó de conectividade chave da Iniciativa Cinturão e Rota Chinesa ( BRI).

O professor Hudson liga então os pontos principais: “Pelo que entendi, o que os EUA estão a fazer com Israel é um ensaio geral para que o país avance para o Irão e para o Mar do Sul da China. Como você sabe, não existe Plano B na estratégia americana por um bom motivo: se alguém criticar o Plano A, não será considerado um jogador de equipe (ou mesmo um fantoche de Putin), então os críticos terão que ir embora quando virem isso. eles não serão promovidos. É por isso que os estrategas dos EUA não param e repensam o que estão a fazer.”

Sudão: "Um milhão de pessoas podem morrer de fome"

A guerra no Sudão começou há um ano e deixou 8,6 milhões de deslocados, vítimas da violência e da fome. Em Paris, chefe da União Europeia diz ser de uma das piores crises humanitárias do mundo. Alemanha pede mais apoio

No dia em que se completa um ano desde o início da guerra no Sudão, líderes europeus reunidos na capital francesa, Paris, pediram mais ajuda para o país, onde milhões de pessoas sofrem diariamente com a violência e a fome.

O conflito já fez pelo menos 14 mil mortos. Diariamente, 20 mil pessoas são deslocadas no país, segundo a Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM).

Segundo a ONU, desde o início dos combates, há um ano, "milhares" de civis foram mortos, feridos, detidos arbitrariamente ou desaparecidos à força. A organização denuncia ataques indiscriminados em zonas densamente povoadas, ataques com motivações étnicas e uma elevada incidência de violência sexual. 

Apelo a mais ajuda

Perante a situação humanitária catastrófica que se vive no país africano, a Alemanha, a França e a União Europeia (UE) apelaram nesta segunda-feira (15.04) à comunidade internacional para que preste mais apoio, urgentemente, à população da região.

"Se não tomarmos medidas maciças como comunidade mundial, o Sudão enfrentará uma fome terrível", disse a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, na conferência de ajuda ao país do nordeste de África, realizada hoje, em Paris.

"Na pior das hipóteses, um milhão de pessoas poderão morrer de fome este ano", disse a ministra alemã.

Angola | Brancos do Puto e de Segunda – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O senhor Vidigal tocava sanfona e cantava nos bares dos pretos, porque os espaços destinados aos brancos lhe foram vedados. A sanfona era velha e resfolegava. A voz do cantor estava queimada pelos excessos alcoólicos. O reportório era sempre o mesmo: Ai, ai, ai, ai. Ai o cheiro que a rosa dá. Ai, ai, ai, ai, ai. Vem à janela morena vem cá! Nesse tempo chegou uma modinha brasileira ao Negage que era assim: Quem te ensinou a nadar/ foi o peixinho do mar/ foi, foi, foi moreninha/ foi o peixinho do mar. E nós mudámos a letra: Quem te ensinou a beber/ foi o senhor Vidigal/ Foi, foi, foi moreninha/ foi o senhor Vidigal. A moreninha era Joana que quando avariava da cabeça se passeava nua pelas ruas poeirentas da aldeia.

Um dia pedi ao senhor Vidigal para me ensinar a sanfonar e ele, já entornado, com umas litradas de cerveja laurentina no bucho, despachou-me: Não dou confiança a brancos. Mas ele era branco ainda que vivesse na sanzala! Um tanto amachucado, encardido, mas branco do Puto (da Tuga como agora se diz), daqueles que quando atravessavam o Equador, desembarcavam em Luanda ou no Lobito e trepavam logo para o topo da escala social. 

Algum tempo depois fui obrigado a tirar o bilhete de identidade para fazer o exame de admissão ao liceu. Na parte onde dizia raça, estava escrito: Branco de segunda. Naquele tempo, há 70 anos, em Angola era assim. Os filhos dos colonos nascidos na colónia eram impuros, de segunda, não chegavam aos calcanhares dos brancos que vinham do Puto. Por isso é que os colonos endinheirados mandavam as suas esposas dar à luz em Portugal. Ou sempre que podiam, registavam os rebentos também em Portugal, para serem falsos brancos de primeira. Essa maka ficou resolvida no final dos anos 50. A “raça” desapareceu dos bilhetes de identidade. Nem negros, nem “mixtos” nem brancos.

Lá no mato era assim, no resto de Angola não sei. Mas no Negage mesmo os brancos eram graduados conforme a sua província de origem em Portugal. Quem tinha a marca de preso político, como meu Pai, era atirado para a sanzala. Os do Uíge diziam que o Negage era a aldeia dos macacos. E nós fomos atirados para os subúrbios desse lugar desclassificado, vizinhos das sanzalas do Catumbo, Cangundo e Dambi. Não éramos brancos de verdade. 

Hoje está tudo igual. A supremacia branca é exclusiva dos países do G7 (EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) excluindo os asiáticos do Japão. Esses são ricos mas não são brancos. Ainda que rastejem aos pés dos brancos. O Poder Branco tentou impor-se em Angola, à boleia do Savimbi e da UNITA. Os seus mentores falharam. Savimbi foi depois recuperado pelo regime racista da África do Sul, num tempo em que já não existia segregação racial nos EUA, por força das Leis Jim Crow que vigoraram entre 1876 e 1965, já eu andava de repórter.

Portugal | Operação Influencer. MP perde recurso no Tribunal da Relação de Lisboa

Arguidos vão ficar apenas sujeitos a termo de identidade e residência.

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou, esta quarta-feira, o recurso apresentado Ministério Público (MP), no âmbito da Operação Influencer, aliviando as medidas de coação de todos os arguidos, avançou a SIC e a CNN Portugal. Além disso, considerou que não há indícios de tráfico de influências para Diogo Lacerda Machado e para Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de António Costa. 

Os arguidos ficam sujeitos a Termo de Identidade e Residência, deixando de estar proibidos de sair do país, e não terão de pagar cauções à justiça.

Na decisão a que a SIC teve acesso, o Tribunal da Relação esclarece que a decisão "foi tomada por unanimidade"

"Concluiu o Tribunal que os factos apurados não são, só por si, integradores de qualquer tipo criminal", refere o documento, citado pela estação.

Recorde-se que o Ministério Público pretendia restaurar todos os crimes pelos quais indiciava os arguidos e queria medidas de coação mais pesadas. A Operação Influencer, recorde-se, levou à demissão do então primeiro-ministro António Costa.

Esta operação tornou-se pública com uma operação realizada em 7 de novembro pelo MP, que envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas.

No total, há nove arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Notícias ao Minuto

Ler/Ver em NM:

"Fui apenas vítima". Sócrates avança com nova impugnação judicial

Portugal | A PASSOS LARGOS

Henrique Monteiro | HenriCartoon 

Ferreira Leite ataca Passos Coelho por declarações sobre Montenegro e Portas

PORTUGAL

A antiga líder do PSD não gostou que Pedro Passos Coelho “denunciasse” pessoas com quem colaborou. Ferreira Leite critica ainda que a intervenção surja no início do novo Governo PSD.

Manuela Ferreira Leite considera absolutamente inaceitáveis as recentes declarações feitas por Passos Coelho. A ex-líder social-democrata critica o "timing e conteúdo" escolhidos pelo ex-primeiro-ministro.

Numa entrevista, esta segunda-feira, na rádio Observador, Pedro Passos Coelho afirmou que Luís Montenegro se quer “desligar” da sua “herança” e acusa Paulo Portas de não ser de “confiança” aos olhos da ‘troika’.

Em reação a estas palavras, também em declarações à rádio Observador, esta terça-feira, Manuela Ferreira Leite defende que as críticas feitas por Passos Coelho não se fazem no início de um Governo.

“O timing escolhido para a entrevista, o conteúdo das declarações e a nomeação específica das pessoas que foram nomeadas torna esta intervenção absolutamente inaceitável”, afirmou a antiga presidente do PSD.

Questionada sobre se as palavras de Pedro Passos Coelhos deixam o atual primeiro-ministro fragilizado, Manuela Ferreira Leite respondeu que as declarações em causa apenas fragilizam “quem as fez”.

A ex-líder social-democrata foi ainda confrontada com as diferenças de posicionamento de Passos Coelho e Montenegro em relação ao Chega, admitindo que se se “tem identificado com o posicionamento” do atual líder. Mas, ressalva, “mesmo que não me tivesse posicionado nunca escolheria este timing para fosse o que fosse”.

“Não é no início de um Governo que se fazem declarações desta natureza nem se denunciam pessoas que foram antigas colaboradoras”, atirou Ferreira Leite.

Rita Carvalho Pereira | SIC Notícias com vídeo

Portugal | O GOVERNO DE 'MONTENEGO'

Bom dia (apesar de ser algo muito difícil). Vem aí o Curto do Expresso por Liliana Valente, do burgo Francisco Pinto Balsemão da coisa Impresa. Hajam deuses.

O Trato do Curto de hoje pela nossa parte - minorca PG de uns poucos milhões de pespenetas que aqui vêm, parece que para assinar ‘o ponto’ – vai ser breve. Tomem nota:

1 - Existem convites Expresso, talvez de borla. 2 - Cantigas de Montenego memorizadas através do “Memorial dos Trafulhas, Aldrabões e Oportunistas Políticos e Empresariais”. 3 – Nas cantigas existe um refrão simples para os deputados para quem Montenego falará na Assembleia da República. O dito constitui-se por Blá, Blá, Blá, Blá, Blá. Tudo acompanhado por fulanos e fulanas peritos no manuseamento de 77 instrumentos (que seria fastidioso aqui enumerar). 4 – A chamada Operação Marquês reaparece hoje na baila, com barbas compridas e brancas. Dizem que é o tempo da justiça… Qual justiça qual carapuça? Lá por aquela parte o nojo e o fedor sobrepõem-se a quase tudo e a todos deste Portugal dos Pequeninos Tramados, Escravizados e Ignorados… Fezes da Democracia Moribunda. Pois. 5 – Um pacote para terminar a ladainha: Desporto, Cultura, de tudo com cada cor seu paladar. Avisamos que para os plebeus a coisa é amarga, azeda e muito malcheirosa. Aguentemo-nos. Até um dia em que os tais plebeus deixem de ser carneiros.

Fim.

Atentem no Curto. A seguir. Bom resto de semana. O circo continua e os palhaços são os políticos     (não todos mas bastantes). Os paus-mandados dos plebeus são os camelos, os ursos, os bandos de focas aplaudivas e mais. Muito mais do piorio segundo classificação e definição dos ‘dótores da mula ruça’ que se aproveitaram da Revolução de Abril de 1974 para se substituírem "democraticamente" ao regime salazarista-fascista da dita modernidade que nos anda abusivamente a  enrabar há 50 anos…

Ao menos distribuam democraticamente vaselina, por favor! Pois… Boa tarde Montenego.

O Curto a seguir e mais não escrevemos. Por hoje.

MM| Redação PG

Guerras de Netanyahu

Emad Hajjaj, Jordânia | Cartoon Movement

Reino Unido criticado por padrões duplos em crimes israelitas e resposta legal do Irão

# Traduzido em português do Brasil

Islam Times - O ministro das Relações Exteriores do Irã atacou o Reino Unido por apoiar Israel, que está massacrando pessoas em Gaza, dizendo que é surpreendente como o Reino Unido pode se permitir expressar preocupação sobre a resposta legítima do Irã ao ataque fatal israelense contra sua embaixada na Síria. Numa conversa telefónica na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, e o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, falaram sobre o estado mais recente dos desenvolvimentos na região.

Amirabdollahian referiu-se à defesa legítima do Irão com o objectivo de punir o regime israelita, dizendo que as crises na Ásia Ocidental decorrem do papel destrutivo do regime ocupante israelita.

Ele expressou ainda surpresa com a extensão do apoio que a Grã-Bretanha dá aos crimes do regime sionista e ao assassinato de crianças e pessoas inocentes em Gaza.

Amirabdollahian perguntou a Cameron: “O que é que o governo britânico ganha com este apoio irresponsável a Israel?”

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano acrescentou que é surpreendente que, embora vários milhares de toneladas de bombas tenham sido lançadas sobre o povo oprimido de Gaza nos últimos seis meses, a Grã-Bretanha esteja preocupada com a resposta do Irão ao brutal ataque israelita à missão diplomática iraniana em Damasco.

Sublinhou que a ação retaliatória do Irão está em conformidade com o princípio da defesa legítima nos termos do artigo 51.º da Carta das Nações Unidas.

O Irão não saúda uma escalada de tensões na região, mas se o regime israelita procura um acto de aventureirismo, então a próxima resposta do Irão será imediata, mais forte e mais ampla, disse Amirabdollahian, informou o site do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Cameron, por seu lado, expressou preocupação com o aumento das tensões na região após a resposta que o Irão deu aos actos de agressão do regime israelita.

Ele também falou sobre a situação em Gaza, dizendo que a Grã-Bretanha trabalhou 24 horas por dia durante o recente debate sobre uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, a fim de estabelecer um cessar-fogo em Gaza.

Cameron acrescentou que a Grã-Bretanha está a fazer um esforço para que os dois lados também troquem os seus prisioneiros.

Ele alegou que a ação militar iraniana contra Israel era preocupante e aumentava a tensão regional.

O diplomata britânico disse que Londres, ao mesmo tempo, pedirá a Tel Aviv que não faça qualquer movimento, pois não quer uma repetição do que aconteceu de uma forma muito mais ampla.

Ler/Ver em Islam Times:

Autoridades sionistas confusas após a operação anti-Israel do Irã

Oficial promete ao Irã uma resposta mais forte e mais rápida ao novo erro israelense

Todos os mísseis hipersônicos do Irã atingiram alvos em terras ocupadas

Erdogan: Netanyahu, e não o Irão, deveria ser responsabilizado pelas tensões regionais

Islam Times | # Traduzido em português do Brasil

Falando aos jornalistas após uma reunião de gabinete na capital Ancara, Erdogan disse que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a sua administração são responsáveis ​​pelos ataques aéreos do Irão em 13 de Abril, mas as potências ocidentais recusam-se a reconhecer este facto, informou o Daily Sabah.

“O principal ator responsável pela tensão que tomou conta dos nossos corações na noite de 13 de abril é Netanyahu e a sua sangrenta administração”, disse ele.

Observando que os ataques do fim de semana mostraram a duplicidade de critérios do Ocidente e o potencial de guerra na região, o presidente turco disse que é crucial identificar a principal razão por detrás do ataque de 13 de Abril.

“Desde 7 de Outubro, o governo israelita tem tomado medidas provocativas para alimentar o fogo na região”, disse Erdoğan, acrescentando que o ataque de Israel ao edifício consular do Irão em Damasco, em violação da Convenção de Viena, foi a gota de água.

Ele continuou dizendo que não foram muitos os países que reagiram contra o ataque de Israel, que desrespeitou completamente o direito internacional.

“Aqueles que não manifestaram qualquer oposição à agressão israelita durante meses, estão agora a correr para condenar a resposta do Irão”, disse Erdoğan, acrescentando que deveriam na verdade condenar e criticar Netanyahu, responsável pela morte de 34 mil civis, incluindo mulheres, crianças e bebés. , jornalistas.

“Alimentar o fogo e estragar continuamente a administração de Netanyahu não beneficia ninguém”, disse ele, acrescentando que tal postura injusta levará a novas tensões até que termine a opressão e o genocídio em Gaza.

Erdogan também disse que a Turquia não permitia a venda de quaisquer materiais que pudessem ser utilizados para fins militares por Israel, muito antes dos massacres em Gaza.

Ler/Ver em Islam Times:

EUA não buscam conflito com o Irã: porta-voz do Pentágono

UE alerta Israel; O confronto regional não é do interesse de ninguém

Primeiro-ministro da Malásia: ataques sem precedentes do Irã contra Israel são 'legítimos'

Conselho de Segurança votará quinta-feira sobre candidatura da Palestina à ONU

O bloco regional do Grupo Árabe afirma o seu “apoio inabalável” à candidatura da Palestina.

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

O Conselho de Segurança das Nações Unidas votará quinta-feira o pedido da Palestina para se tornar um Estado-membro de pleno direito da ONU, informou a AFP citando várias fontes diplomáticas.

A Palestina, que tem o estatuto de observadora no organismo mundial desde 2012, tem feito lobby durante anos para obter a adesão plena, o que equivaleria ao reconhecimento da condição de Estado palestiniano.

Qualquer pedido para se tornar um Estado membro da ONU deve primeiro passar pelo Conselho de Segurança, onde o aliado de “Israel”, os Estados Unidos, exerce o veto, e depois ser aprovado pela Assembleia Geral.

No meio da guerra israelita em curso na Faixa de Gaza, a Palestina reavivou um pedido de adesão à ONU de 2011 há algumas semanas, o que levou o Conselho de Segurança a lançar um processo de revisão formal, que incluiu um comité que não conseguiu, em 12 de Abril, chegar a um consenso sobre a candidatura da Palestina. e era composto pelos estados membros do Conselho.

O bloco regional Grupo Árabe emitiu um comunicado na terça-feira afirmando o seu “apoio inabalável” à candidatura da Palestina.

OS MÍSSEIS DE ABRIL -- Scott Ritter

Os “Mísseis de Abril” representam um momento de mudança radical na geopolítica do Médio Oriente – o estabelecimento da dissuasão iraniana que afecta tanto Israel como os Estados Unidos.

Scott Ritter* | Consortium News | em Scott Ritter Extra | # Traduzido em português do Brasil

Escrevo sobre o Irã há mais de duas décadas. Em 2005, fiz uma viagem ao Irão para averiguar a “verdade básica” sobre aquela nação, uma verdade que depois incorporei num livro, Alvo o Irã, expondo a colaboração EUA-Israel para elaborar uma justificação para um ataque militar ao Irão destinado a derrubar o seu governo teocrático.

Segui este livro com outro, Empecilho, em 2018, que atualizou este esforço EUA-Israel.

Em Novembro de 2006, num discurso dirigido à Escola de Relações Internacionais da Universidade de Columbia, sublinhei que os Estados Unidos nunca abandonariam o meu “bom amigo” Israel até, claro, o fazermos. O que poderia precipitar tal ação, perguntei?

Observei que Israel era uma nação embriagada de arrogância e poder, e a menos que os Estados Unidos conseguissem encontrar uma forma de retirar as chaves da ignição do autocarro que Israel estava a navegar em direcção ao abismo, não nos juntaríamos a Israel na sua tentativa suicida semelhante a um lemingue. jornada.

No ano seguinte, em 2007, durante um discurso ao Comité Judaico Americano, salientei que as minhas críticas a Israel (contra as quais muitos na audiência se ressentiram) vieram de uma posição de preocupação com o futuro de Israel.

Sublinhei a realidade de que passei a maior parte de uma década a tentar proteger Israel dos mísseis iraquianos, tanto durante o meu serviço na Tempestade no Deserto, onde desempenhei um papel na campanha anti-mísseis SCUD, como como inspector de armas das Nações Unidas. , onde trabalhei com a inteligência israelense para garantir que os mísseis SCUD do Iraque fossem eliminados.

“A última coisa que quero ver”, disse à multidão, “é um cenário em que mísseis iranianos impactassem o solo de Israel. Mas, a menos que Israel mude de rumo, este é o resultado inevitável de uma política impulsionada mais pela arrogância do que pelo bom senso.”

Na noite de segunda-feira, na manhã de terça-feira, 13 e 14 de abril, as minhas preocupações foram transmitidas ao vivo perante uma audiência internacional: mísseis iranianos choveram sobre Israel e não houve nada que Israel pudesse fazer para os impedir.

Tal como aconteceu há pouco mais de 33 anos, quando os mísseis SCUD iraquianos superaram as defesas antimísseis Patriot dos EUA e de Israel para atacar Israel dezenas de vezes ao longo de um mês e meio, os mísseis iranianos, integrados num plano de ataque que foi projetado para sobrecarregar os sistemas de defesa antimísseis israelenses e atingiu alvos designados dentro de Israel com impunidade.

Apesar de ter empregado um extenso sistema integrado de defesa antimísseis composto pelo chamado sistema “Iron Dome”, baterias de mísseis Patriot fabricadas nos EUA e os interceptadores de mísseis Arrow e David's Sling, juntamente com aeronaves americanas, britânicas e israelenses, e As defesas antimísseis embarcadas pelos EUA e pela França, bem mais de uma dúzia de mísseis iranianos atingiram campos de aviação e instalações de defesa aérea israelenses fortemente protegidos.

Os iranianos atingiram pelo menos duas pistas, tirando-as de serviço, e pelo menos cinco estruturas do tipo armazém (isto a partir de imagens de satélite obtidas após o ataque).

O Irã deu a Israel um aviso prévio de cinco horas para transportar itens de alto valor (F-35). Além disso, o Irão não atacou quartéis, quartéis-generais ou alvos que pudessem produzir vítimas.

Os danos podem ter sido pequenos, mas a mensagem é clara: o Irão pode atingir qualquer alvo que quiser, a qualquer momento.

AUKUS liga a Austrália à política perigosa dos EUA

John Queripel* | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Em Setembro de 2021, o então governo australiano, liderado por Scott Morrison, recorreu ao que muitas vezes é bem sucedido em todo o mundo, uma campanha de medo à segurança nacional, dirigida contra a China, tendo como peça central um acordo AUKUS mal pensado e inventado às pressas com o EUA e Reino Unido.

Considerado na época um clube anglo, de homens brancos, que remete a tempos passados, agora está à beira de cair. A Austrália será a sua principal vítima.

Vinculada ao acordo, a Austrália deverá adquirir oito submarinos de propulsão nuclear da classe Astute por volta de 2050. Esses submarinos AUKUS serão construídos em parceria com o Reino Unido. 

A atual frota de submarinos australiana consiste em uma classe envelhecida de submarinos da classe Collins, prestes a se aposentar. Para preencher a lacuna entre a aposentadoria destes e a classe Astute proposta, os EUA deverão fornecer uma série de submarinos da classe Virginia. A construção naval dos EUA, no entanto, está produzindo apenas metade do número inicialmente planejado para ser construído. É improvável que os EUA suportem os custos e forneçam submarinos da classe Virginia à Austrália, uma vez que não conseguem satisfazer as suas próprias necessidades. 

O custo de tudo isto para a Austrália é proposto em 368 mil milhões de dólares australianos (242 mil milhões de dólares). Este número fantástico não só consumiu as despesas orçamentais necessárias para a educação, a saúde e as infra-estruturas, mas também restringiu outras despesas militares, mais apropriadas para a Austrália. O analista de segurança australiano Allan Behm opinou que o número poderia ser triplicado quando se trata de despesas militares, uma vez que é o que normalmente acontece entre o custo projectado e o custo real, pelo que o custo real para a Austrália pode muito bem ser superior a 1 bilião de dólares.

Cooperação China-Alemanha não é “risco”, mas oportunidade: Xi

Visita injeta positividade nos laços bilaterais China-UE enquanto a Alemanha busca estabilidade

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

O presidente chinês, Xi Jinping, apelou na terça-feira à China e à Alemanha para que vejam e desenvolvam as relações bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, e trabalhem em conjunto para injetar maior estabilidade e certeza no mundo. Xi fez as observações durante uma reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que concluiu a sua visita de três dias à China em Pequim, depois de liderar uma grande delegação a Chongqing e Xangai.

Tendo como pano de fundo as acusações de subsídios da UE aos veículos eléctricos (VE) e às turbinas eólicas chineses, e a campanha publicitária de "excesso de capacidade" iniciada pelos EUA, Xi apelou a que se encarasse a questão da capacidade de produção objectiva e dialeticamente. Os dois líderes também tiveram uma troca aprofundada de pontos de vista sobre a crise na Ucrânia e outras questões internacionais e regionais de interesse mútuo, informou a Agência de Notícias Xinhua. 

Na terça-feira, Xi e Scholz também passearam pelos terrenos da Diaoyutai State Guesthouse em meio à brisa suave da primavera verdejante, segundo relatos da mídia. 

Uma atmosfera amigável pôde ser sentida durante a visita de Scholz, durante a qual ele visitou fábricas de empresas alemãs na China e fez intercâmbio com estudantes da Universidade Tongji, em Xangai, instituto fundado por um médico alemão há um século e que mantém estreita cooperação com a Alemanha. 

A agenda completa e extensa de Scholz e as suas observações sobre alguns temas sensíveis mostraram que o chanceler alemão manteve um equilíbrio estratégico no meio da pressão de outros partidos como a UE e os EUA, disse Wang Yiwei, diretor do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade Renmin de China.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Fazendo o papel de pacificador, Macron enviou franceses à morte na Ucrânia


South Front | # Traduzido em português do Brasil | VER VÍDEO

No meio da escalada drástica de conflitos militares perigosos, o presidente francês está a tentar desempenhar o papel de mantenedor da paz global. Um de seus pequenos objetivos no caminho para salvar o mundo é acabar com todas as guerras durante as Olimpíadas de Paris. Macron, com toda a modéstia, começou a trabalhar na trégua olímpica, pedindo ajuda aos seus “parceiros”, incluindo a China. Pequim ainda não respondeu às ambições de Macron; mas o Presidente russo Putin já tinha deixado claro ao seu homólogo francês: Moscovo está pronto a considerar qualquer iniciativa de paz, mas procederia apenas com base nos seus próprios interesses e na actual situação na frente.

Apesar de todas as tentativas de Paris de enganar o público, as suas ações não se baseiam nos princípios básicos de paz e amizades incorporados na ideia dos Jogos Olímpicos. Macron persegue apenas os seus objectivos políticos, enquanto as suas iniciativas, pelo contrário, visam influenciar a situação nos campos de batalha.

Embora o Comité Olímpico Internacional discrimine abertamente os atletas russos, Paris afirmou que os russos e os bielorrussos não são bem-vindos.

Para além do campo político, as iniciativas de Macron podem ter um impacto direto na situação nas linhas da frente ucranianas. O exército ucraniano precisa urgentemente de uma pausa para reagrupar as tropas, fortalecer a defesa e aumentar as reservas.

O jogo de manutenção da paz de Macron não tem qualquer hipótese de ajudar a resolver conflitos armados, mas só pode trazer conforto brevemente ao seu público francês.

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