terça-feira, 17 de abril de 2018

Portugal | ANDAMOS A SER ROUBADOS, SABEMOS E NADA FAZEMOS


Ontem houve cambalacho, hoje há cambalacho, amanhã haverá cambalacho?

Bom dia e boas festas aos animais por que passarem. Hoje há cambalachos por descobrir, é certo, os poderes estão repletos de gente parasitária que mama e abusa. Daí esta certeza. 

Assim sendo amanhã também vai haver cambalachos e o ponto de interrogação do subtítulo nem faz sentido. Bem, faz, porque há sempre uma réstia de esperança de melhorias na honestidade desses tais dos poderes. É que já chega de ladrões em que nem votamos, quanto mais andarmos a votar em quem depois nos parasita garbosamente e se acha e diz-se honesto.

Os parágrafos anteriores têm que ver com o caso dos mamões eleitos, deputados, dos Açores e da Madeira. Aqui, mais em baixo, o Curto do Expresso, da lavra de Pedro Santos Guerreiro, abre e aborda esses tais mamões que foram eleitos para abusarem da teta do povo, da teta da Mãe Pátria. Acresce que os vimos a dizer, depois de se empanturrarem com o que pertence a todos os portugueses e não só a eles, que não o fizeram intencionalmente com desonestidade, que pensavam que era assim, era legal e normal, que se enganaram, etc. São tão desonestos quanto isso. Bem, mas há os que têm alguma dignidade e reconhecem o erro, a desonestidade por eles cometida e vai daí demitem-se. Foi o caso de UM (estão a ler bem). UM deputado, do BE. Até agora, que se saiba, foi o único a considerar que fez uma grande trampa ao estar a parasitar o que é do país e do povo. Há os que dizem que vão devolver o dinheiro que foram sacar indevidamente… mas sem mais consequências pela sua desonestidade. E lá ficam como deputados a ver quando chega o dia e o objeto em que possam deitar a mão, ou as mãos de amigos e familiares. É isso mesmo: “é fartar vilanagem”. Só que, lamentavelmente, a vilanagem nunca se farta. Mesmo que de vez em quando sejam protagonistas de conhecimento público das suas desonestidades. Algumas. Porque outras devem estar em algum alçapão muito escuro… até que se faça alguma luz. Pior é que os desonestos devem ser tantos que não há luz que chegue para tantos alçapões escuros como breu. E então… o mesmo do costume: paga Zé!

Fim da ‘opiniretórica’ em que as palavras saem em catadupa, ao ritmo da indignação. Que neste caso concreto, das viagens, não nos roubam mas enganam-nos, aproveitam-se, etc. Pois. e isso não vai dar ao mesmo? Sentimos que somos roubados, pronto. Sinceramente, estamos cansados de sermos roubados por gentalha que merece a cadeia ou não reunirem as condições para serem eleitos, nem de estarem nos assentos dos poderes. É que sistematicamente os portugueses andam a ser vigarizados, roubados por este, aquele e aqueloutro dos poderes "democráticos". Sabemos e nada fazemos… Adiante. Até amanhã se… (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Ao marido da mulher de César não basta ser…

Pedro Santos Guerreiro | Expresso

Um deputado do Bloco de Esquerda demitiu-se, uma deputada do PSD prometeu devolver dinheiro e a subcomissão de Ética do Parlamento já foi chamada a dar um parecer urgente. O PS ainda não disse nada. Começando pelo seu presidente, Carlos César.

São as reações e a falta delas à manchete de sábado do Expresso, onde revelávamos que deputados dos Açores e da Madeira do PS, PSD e BE acumulam benefícios de viagens para as ilhas: recebem €500 por semana da Assembleia e pedem depois, como cidadão das ilhas, reembolso dos bilhetes aos balcões dos CTT. Ou seja, acumulam benefícios.

O Expresso confirmou a acumulação de benefícios por sete deputados: Carlos César, Lara Martinho, João Azevedo Castro, Luís Vilhena e Carlos Pereira do PS, Paulo Neves do PSD e José Paulino de Ascensão do Bloco de Esquerda; quatro deputados do PSD fugiram à seringa e não confirmaram nem responderam se os acumulam: Berta Cabral, Sara Madruga, Carlos Costa Neves e António Ventura; e uma deputada do PSD, Rubina Berardo respondeu não pedir reembolso dos bilhetes “por opção pessoal”.

Foi Sara Madruga da Costa que assumiu em comunicado que foi buscar algumas vezes o reembolso de viagens, anunciando que irá devolver as verbas recebidas. Já a demissão de Paulino Ascenção, do Bloco de Esquerda, “'entala' objetivamente outros partidos, com o PS em realce, que não conseguiram responder da mesma forma”, escreve o Martim Silva no Expresso Diário: “Pode legal+legal ser ilegal (e imoral)? Pode.”

Falta ouvir deputados do PSD e do PS que ainda não se pronunciaram. Carlos César é, entre todos, o que ocupa uma posição institucional mais relevante, como presidente do partido e líder da bancada parlamentar. Vai continuar a achar que é uma questão do foro pessoal, como começou por responder ao Expresso? Não é foro pessoal, é parlamentar. Ao marido da mulher de César não basta ser, tem de aparecer.

OUTRAS NOTÍCIAS

Avançamos no espaço político para aumentos na função pública, como noticiava o Expresso este sábado, citando o primeiro-ministro: “Isso é para 2019”. Jerónimo de Sousa insiste em aumentos mas admite negociar mais tarde. “Todas as partes saem ganhar” com aumento dos salários da função pública, afirma Miguel Sousa Tavares.

A partir de Madrid, Marcelo afirma que o “equilíbrio” entre redução do défice e medidas sociais prova “maturidade democrática”.

A greve no Metro de Lisboa, agendada para quinta-feira, foi suspensa.

Dias depois dos bombardeamentos, os EUA acusam a Rússia de tentar adulterar provas de ataques químicos e a Rússia dá luz verde a inspetores de armas químicas na Síria. “O ambiente era de causar calafrios a qualquer pessoa”, comenta Miguel Sousa Tavares na SIC. A resposta dos EUA, França e Reino Unido ao ataque químico em Douma com bombardeamentos na Síria foi “simbólico", acrescenta, “e ainda bem”.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, deu uma entrevista à BBC para dizer que o ataque químico na Síria foi encenado pelo Ocidente. “É como naquele episódio de ‘Alice no País das Maravilhas’ em que, durante um julgamento, o rei diz ‘vamos perguntar ao júri” e a rainha grita ‘nada de Júri, sentença primeiro, veredicto depois’”.

O embaixador de Portugal regressa a Moscovo. “Entendemos que já há condições para isso”, diz o governo.

Esta noite, defesas antimíssil sírias terão detetado um ataque sobre a cidade de Homs, a 160 quillómetros de Damasco. A notícia foi avançada pela Reuters, citando agências oficiais da Síria, segundo as quais os mísseis foram intercetados. Os Estados Unidos negaram estar associados ao ataque.

O Facebook bloqueou Richard Spencer, o homem do “hail, Trump” e que tem orgulho na escravatura.

Na Catalunha, o presidente do Parlamento diz que investir Puigdemont "é uma possibilidade". Leu bem, não é investigar, é investir. Porque Carles Puigdemont é o "presidente legítimo" da Catalunha, afirma Roger Torrent.

“Ou solta Lula ou não vai ter sossego”. O tríplex do Guarujá, apartamento que está no centro da acusação ao ex-presidente brasileiro, foi ocupado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto. “No anticlímax de Lula, o Brasil pariu indiferença”, analisa o Expresso.

Sócrates, “O Confronto”, é o nome da reportagem que a SIC ontem levou para o ar sobre o processo da Operação Marquês, a investigação judicial mais importante da democracia portuguesa. José Sócrates e mais 27 arguidos estão formalmente acusados por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais há seis meses. O Ministério Público afirma que o antigo governante recebeu 36 milhões de euros em troca de decisões favoráveis ao Grupo Lena, ao empreendimento Vale do Lobo e sobretudo ao grupo de Ricardo Salgado. Desde o primeiro dia que Sócrates rejeita publicamente todas as acusações.

Rui Moreira apresentou as “melhores contas do milénio” da Câmara Municipal do Porto, fechadas no ano de autárquicas com um saldo superior em €22 milhões ao do ano anterior. São as “contas à moda do Porto”, que sempre prometeu para os seus mandatos. A oposição fala em “excedente brutal” e “falta de transparência”.

"O empreendedorismo é uma tradição do Porto", afirmam os protagonistas do XV Encontro Fora da Caixa, organizado pelo Expresso. Um deles é o Prémio Pessoa 2018 Manuel Aires Mateus, que em discurso direto "alerta para a ideia que a cidade tem que acumular tudo". Já Daniel Bessa diz que "a única forma de fazer crescer a economia portuguesa é através das exportações".

Lisboa recebeu mais €1,2 milhões por semana que o previsto com a venda de casas. O turismo desencadeou uma espiral imobiliária em Lisboa que enche como nunca os cofres da autarquia. Se no orçamento para 2017 o IMT já representava um quinto das receitas da câmara, os números finais deixaram “surpreendido” o vereador das Finanças, João Paulo Saraiva.

A Câmara de Lisboa já devolveu 44,2 milhões da Taxa Municipal de Proteção Civil.

Pensar que se tiram 1500 milhões de barris do mar alentejano é como sonhar com um “oásis no deserto”. Ricardo Paes Mamede põe em causa os estudos da Eni e da Galp, criticando o Governo por “falta de racionalidade, de transparência e de coerência” em todo este processo.

O governo e o PSD chegaram a acordo para negociar com Bruxelas fundos comunitários, mas, pela voz do ministro Pedro Marques, quer envolver mais partidos num apoio político mais alargado.

Rui Rio alerta para “graves problemas” da Saúde em Portugal.

“Não há investimento sério na saúde pública há 10 anos. É uma opção política que me entristece”. A frase é de António Oliveira e Silva, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, que afirma que o relato negro dos pais das crianças em tratamento em instalações provisórias desde 2011 “é exato”. Por isso, espera que até ao início de maio o governo disponibilize os 23,8 milhões contratualizados para a construção do novo Centro Pediátrico, ou deixará o cargo. O ministro da Saúde estima que a situação da ala pediátrica do S. João fique desbloqueada em duas semanas.

Beijinhos, apertos de mão entusiásticos e declarações de amor a Madrid: foi assim que Marcelo navegou por uma agenda apertada no primeiro dia de visita oficial a Espanha. Pelo meio tirou uma fotografia “com” Saramago e arriscou umas frases em espanhol. E ouviu de uma autarca madrilena: “Sabemos que és um presidente especial. Estamos particularmente orgulhosos de receber um presidente como tu”. A reportagem do Expresso aqui.

Entreguei o IRS Automático, mas descobri que perdi dinheiro. Posso corrigir? É o Dicas de poupança desta semana.

Crédito ao consumo dispara em fevereiro.

Conhece Yuki Kawauchi? Em 2017 correu 12 maratonas e este ano já vai em quatro. Acaba de vencer a histórica Maratona de Boston. É um amador, trabalha a tempo inteiro como funcionário público e não tem patrocinadores. Como consegue vencer uma corrida assim? “Está muito habituado ao sofrimento”. A história pode ser lida na Tribuna Expresso.

O que falta a FC Porto e Benfica até ao final do campeonato? Uma viagem à Madeira, uma ida a Alvalade, muitas complicações fora de portas. Ora veja aqui.

FRASES

“Rui Rio começou a falar e a dizer coisas concretas”. Miguel Sousa Tavares, na SIC.

“Senhor presidente, bem-vindo a sua casa”. Felipe VI de Espanha, dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa.

O QUE EU ANDO A LER

A Biblioteca Expresso tem o primeiro volume nas bancas desde este sábado e depois de “A Ordem Mundial”, de Henry Kissinger, no próximo sábado será a vez de “Blink”, o “best seller” de Malcolm Gladwell, “um autor que adora destruir ideias feitas, mesmo as boas ideias ou as convicções mais sólidas” como escreve o Ricardo Costa no prefácio que o acompanha.

A coleção tem ao todo seis volumes, a publicar até 12 de maio, e apresenta-se como um conjunto de “obras de grande relevância capazes de provocar, à época da sua primeira edição, uma fratura no pensamento dominante”: “A Nova Era Digital”, de Eric Schmidt e Jared Cohen (com prefácio de Miguel Cadete) será publicado a 21 de abril; “O Cisne Negro”, de Nassim Nicholas Taleb (prefácio de Henrique Raposo) a 28 de abril; “Keynes: O Regresso do Mestre”, de Robert Skidelski (prefácio de Francisco Louçã) a 5 de maio e “Uma Sociedade Funcional”, de Peter F. Drucker (cujo prefácio é escrito por mim) a 12 de maio.

São livros para ter na estante, claro, mas sobretudo para tirá-los de lá e ler. Para compreender melhor a sociedade e o mundo em que vivemos – e de que forma estamos a evoluir… progredindo ou talvez não.

Tenha uma excelente semana.

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